Alguns anos atras, fui a uma palestra intitulada “New York Review”. Assim como no mercado da moda se viaja e pesquisa tendências de mercado, um grupo de donos de renomadas agências de comunicação viajou para Nova York fazendo um intercâmbio com as agências de lá para uma tentativa de benchmarking, compreensão e quem sabe uma nova adaptação para o novo cenário.
Ao meu ver na época, era brilhante a nova forma de trabalhar que apresentavam. Porém, muuuito a frente da possibilidade de existir no Brasil. Um início ainda tímido em Nova York significava muitos anos de maturação para o modelo chegar ao mercado brasileiro.
Quanto vale uma idéia? Quanto vale o trabalho para alavancar mediante a todos os resultados que serão gerados? Quanto vou gastar agora sem saber se vai dar resultado ao apostar nessa idéia?
Investir monetariamente em marketing pode parecer um gasto dispensável na criação de uma empresa. A maioria deixa para um segundo momento, quando a empresa estiver mais madura para começar a pensar em investir em marketing.
O fato é que o problema para agências estava na mesa: Além de tudo, as formas de divulgação iriam mudar.
Além da migração do “Papel para o Digital”, da revista para o site, do panfleto para o instagram, a parte da identidade institucional foi banalizada. Em minha época de faculdade se falava em “enxoval básico” de comunicação para uma nova empresa. Hoje, se paga 10 reais para uma “arte” na gráfica (que está interessada em vender, na realidade, a impressão – seu verdadeiro negócio) de um cartão de visitas e aquilo se torna a “identidade” ou logo da empresa. Site de logomarcas prontas para baixar – Oi?. APPs de templates de layout prontos para editar. Youtube pra quem quiser desligar a televisão. E por ai vai…
Agora, a situação se agravou até para as agências de marketing digital: A possibilidade de todos venderem por redes sociais, sites, apps de mensagem, marketplaces. Influencers aos montes, sem a certeza do retorno investido, principalmente com recursos para fraudar métricas. Como resultado, se vive e vende sem agência/profissional. Mas é a melhor forma? Não.
Fadados a ineficácia ou resultados medíocres mediante ao que poderiam ter com profissionais para potencializar resultados, relutam em achar que se viram melhor sozinhos a ter que investir sem a certeza de um retorno.
Será essa a hora? Será que o momento fará com que a mentalidade dos empresários brasileiros aceite um novo modelo?
A proposta era simples: O empresário pagaria os custos da iniciativa, o que seria o mínimo básico e aceitável para o pontapé inicial. A partir deste momento, a agência/ profissional receberia por resultados do que foi lançado e divulgado, como uma aposta mútua de investimento de trabalho e tempo. Uma porcentagem dos ganhos de todos os frutos daquela idéia e trabalho prestado. Uma trégua viável entre quem não está disposto a investir na incerteza e quem confia nos resultados do seu trabalho.
O que você acha?